domingo, 31 de janeiro de 2010

de Signund Freud

"Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim."

domingo, 24 de janeiro de 2010

por David Mourão Ferreira

É quando estás de joelhos
que és toda bicho da Terra
toda fulgente de pêlos
toda brotada de trevas
toda pesada nos beiços
de um barro que nunca seca
nem no cântico dos seios
nem no soluço das pernas
toda raízes nos dedos
nas unhas toda silvestre
nos olhos toda nascente
no ventre toda floresta
em tudo toda segredos
e de joelhos me entregas
sempre que estás de joelhos
todos os frutos da Terra.

Quando meu coração fala - http://confissoesdequatro.blogspot.com/2010/01/quando-meu-coracao-fala.html

Confessado por Vida de Fênix


Quando meu coração fala, o meu corpo simplesmente o obedece sem qualquer contestação...


Pois quando ele fala é por que não aguenta mais me ver agir como uma tonta racional, que acredita ser possível não sofrer e não fazer ninguém sofrer... sua tola ele grita...saiba que viver é sofrer... é sentir prazer... é chorar e é sorrir...


Quando meu coração fala, minha mente se enfurece, por ser tão pequena...


Quando meu coração fala, minha alma sorri e agradece a possibilidade de partilhar sentimentos e colocar em prática o amor... sem interferências da razão e da culpa...


Quando meu coração fala, meu corpo se alegra e se satisfáz ao saciar-se na sua pele e saborear seu gosto proporciondo-lhe prazer...


Quando meu coração fala... meu corpo age e eu me calo...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

William Shakespeare

O que não dá prazer não dá proveito. Em resumo, senhor, estude apenas o que lhe agradar.

William Shakespeare

Os miseráveis não têm outro Remédio a não ser a esperança.

William Shakespeare

A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial

William Blake

É mais fácil perdoar nossos inimigos que nossos amigos.

William Blake

O caminho do desmedido conduz ao palácio da sabedoria.

A palavra por Paulo Coelho

A palavra é a intenção final de qualquer pessoa que deseja dividir algo com o seu semelhante.

William Blake dizia: tudo que escrevemos é fruto da memória ou do desconhecido. Se eu tiver uma sugestão a dar, respeite o desconhecido, e busque nele sua fonte de inspiração.

As histórias e os fatos permanecem os mesmos, mas quando você abre uma porta no seu inconsciente, e deixa-se guiar pela inspiração, verá que a maneira de descrever o que viveu ou sonhou é sempre muito mais rica quando o seu inconsciente está guiando a caneta.

Cada palavra deixa em seu coração uma lembrança – e é a soma destas lembranças que formam as frases, os parágrafos, os livros.

Palavras são flexíveis como a ponta da pena de sua caneta, e entendem os sinais do caminho. Frases não hesitam em mudar de curso quando descobrem, quando vislumbram uma oportunidade melhor.

Palavras têm qualidade da água: contornar rochas adaptar-se ao leito do rio, às vezes transformar-se em lago até que a depressão esteja cheia e possa continuar seu caminho.

Porque a palavra, quando escrita com sentimento e alma, não esquece que seu destino é o oceano de um texto, e mais cedo ou mais tarde deverá chegar até ele.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Três golpes precisos, por Paulo Coelho

- Como posso saber a melhor maneira de agir na vida? – perguntou o discípulo ao mestre.

O mestre pediu que construísse uma mesa.

O discípulo cravava os pregos com três golpes precisos. Um prego, porém, estava mais difícil e o discípulo precisou dar mais um golpe. O quarto golpe enterrou o prego fundo demais, e a madeira foi atingida.

-Sua mão estava acostumada com três marteladas – disse o mestre.

– Você se acostumou com o que fazia e perdeu a habilidade.

“Quando qualquer ação passa a ser apenas um hábito, ela deixa de ter sentido, e pode terminar causando dano. Cada ação é uma ação, e só existe um segredo: jamais deixe que o hábito comande seus movimentos”.

Amargura, por Paulo Coelho

Para os amargos, os heróis e os loucos sempre foram fascinantes: eles não têm medo de viver ou morrer. Tanto os heróis como os loucos são indiferentes diante do perigo, e seguem adiante.

O louco se suicida, o herói se oferece ao martírio em nome de uma causa – mas ambos morrem, e os amargos passam muitas noites e dias comentando o absurdo e a glória dos dois tipos.

É o único momento em que o amargo tem força para galgar sua muralha de defesa e olhar um pouquinho para fora; mas logo as mãos e os pés cansam, e ele volta para a vida diária.

O amargo crônico só nota a sua doença uma vez por semana: nas tardes de domingo. Ali, como não tem o trabalho ou a rotina para aliviar os sintomas, percebe que alguma coisa está muito errada – já que a paz destas tardes é infernal, o tempo não passa nunca, e uma constante irritação manifesta-se livremente.

Mas a segunda-feira chega, e o amargo logo esquece os seus sintomas – embora externamente blasfemando contra o fato de que nunca tem tempo para descansar, e os fins de semana passam muito rápido.

A única grande vantagem da doença, do ponto de vista social, é que já se transformara numa regra. Os amargos não constituem uma ameaça à sociedade, já que – por causa das altas muralhas construídas ao redor de si mesmos – estão totalmente isolados do mundo, embora pareçam partilhar dele.