quarta-feira, 28 de novembro de 2007

de Rita Apoena

Eu abro a janela e mal consigo acreditar! Inspiro um milhão de cores e expiro uma explosão de flores, escapando afoitas do meu peito. Eu abro a janela e mal consigo acreditar: estou viva! O Universo, com os seus treze bilhões de anos, concedeu-me um intervalinho no tempo, que eu chamo dia, e o começa assim, com uma manhã cheia de flores! Ah, é demais para mim! Todos os dias, eu abro a janela e me dá vontade de chorar. É tudo tão bonito, tudo tão… inacreditavelmente perfeito e encaixado que nem a maldade dos homens, de seis bilhões de homenzinhos pequeninhos, pode ser maior do que o conjunto das estrelas erradias, ainda mais quando metade de cada homem também é amor… Então, o que importa se eu perdi o ônibus, se a chuva despencou na minha cabeça, se ela me disse um desaforo, se nem meu amigo ele quer ser… o que importa? Há uma pequena chance na minha janela, que eu chamo dia, para extravasar o meu amor, cultivar um amigo, conhecer a história de uma senhora ou me aproximar de um vizinho, abraçar alguém que eu gosto muito, ligar para um velho amigo, viver, viver e viver? Ah… como eu posso reclamar da vida? Eu estou viva! E foi por um triz.

Quando alguém olha para você e estende aquele dedo do meio, ele está querendo dizer: “Escuta aqui, você não é mindinho, não é o fura-bolo e, muito menos, o cata-piolho! Você é o maior de todos, amigão!!! Você é o maior de todos!!!”

Pode até parecer que sim, mas o meu mundo não é cor-de-rosa. A minha alegria brota das coisas tristes que eu vejo ao redor. Quando Mãinha não tem o que dar de comer aos filhos, mas divide um grão de arroz, com bom coração. Quando o ladrão me assalta, mas divide o meu dinheiro comigo. Quando o moço me estende o dedo do meio e me faz recordar brincadeiras de criança. Assim é a minha alegria! É quando o feio do mundo tenta, mais que tudo! apesar de tudo! parir um instante de beleza e é esse instante, que na próxima fração de segundo escapará da minha câmera, que me comove e me arrebata, como se eu abrisse os braços e acolhesse o mundo: um bichinho ferido, carente de amor. E isso é maior que tudo, mais lindo que tudo, muito mais lindo do que se o mundo fosse perfeito.

domingo, 25 de novembro de 2007

não troco

Hoje não troco uma tonelada de conhecimento por ouro, um sentimento ou emoção sem censura ou razão, de um lugar q vai se saber de onde vem, sinal da pessoa ou herói q nossa alma sonha ser.

nanicos

Conhecimento novo, novo de verdade, só acompanhado de novas emoções, sem elas, o q temos é só teoria, carece de força, por isso, viver o q se pensa é ser honesto.
Sem isto ficamos nanicos, cheios de tantas coisas, menos de vida.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sobre eles de Rita Apoena

Sobre eles

Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote.

Rita Apoena

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

duas opções...

Às escuras, já foi martírio, vertigem, hj olhando de longe, tenho duas opções, eu ou não!

domingo, 4 de novembro de 2007

fernando pessoa, genial

...nada vale a pena
a não ser saber
como é suave saber
que nada vale a pena...

Fernando Pessoa